domingo, 25 de agosto de 2013

Quatro Anos!

Esse mês eu e meu marido estamos comemorando quatro anos de união, e logo mais em novembro, quatro anos de casamento. Sim, foram apenas três meses de namoro e a decisão de casar veio logo, tamanha certeza de que éramos almas gêmeas. Posso dizer que esses quatro anos foram os mais aventureiros que vivi até agora, do alto dos meus quase trinta e seis anos. Fizemos muitas coisas legais juntos, colocamos muitas idéias malucas em prática e acima de tudo, em total sintonia. Meu marido é um grande companheiro de aventura e é difícil lembrar quantas vezes ele me disse não para colocar em prática, mais uma das minhas idéias nem um pouco previsíveis. Não gosto de programar muito as coisas, com muito tempo de antecedência, então quando a epifania aparece, já está praticamente tudo pensado.

São inúmeras façanhas que fizemos ao longo desses quatro anos. Nesse tempo, aprendemos a degustar um bom vinho e começamos a apreciar juntos,  pois até então nenhum dos dois sabia a diferença entre uma garrafa de vinho de dez reais e outra de cinquenta reais. Começamos a assistir seriados, um atrás do outro quase que alucinadamente, gosto esse muito comum entre nós dois. Nosso primeiro seriado foi Arquivo X e até hoje seriados são um dos nossos programas preferidos, tanto que já perdemos a  conta de quantos assistimos. Seriados e vinho são uma combinação perfeita para ambos.

Sempre vazias...
Voei de avião pela primeira vez e conheci Brasília, coração do Brasil e incrivelmente linda, muito diferente daquilo que eu imaginava. Voei de avião pela segunda vez e fiz minha primeira viagem internacional, onde realizei um sonho de infância: conhecer New York. A emoção de colocar os pés na Times Square, com lágrimas nos olhos e o coração saltando pela boca não tem preço! Uma viagem inesquecível, cheia de boas lembranças, como a neve que eu vi pela primeira vez na vida, no Central Park. Essa é só o começo das viagens que pretendemos fazer pelo mundo. E eu já ia esquecendo...também voei em um helicóptero após ter ganho o bilhete em um sorteio on line, experiência essa que não pretendo repetir tão cedo. Bem diferente de um avião, tive a impressão que não voltaria para contar a experiência.

Chegando em SP vindo de NY
Neve no Central Park
Assisti ao show da minha banda preferida, que embalou desde o começo do nosso namoro até os dias de hoje, fazendo parte constante da nossa vida. Outro sonho realizado. Ainda hoje quando olho as fotos, não consigo acreditar que vi Eddie Vedder em carne e osso a poucos metros na minha frente. Não conseguiria escrever em palavras a emoção de estar tão perto de alguém que admiramos tanto. Inesquecível! E do jeito que as coisas aconteceram para que tudo desse certo, não poderia ter sido mais perfeito.

Eddie Vedder - Nov/2011
Construímos a nossa família, talvez não do modo tradicional, mas agora somos em cinco aqui em casa. Adotamos dois gatos, a Cuddy e o Ozzy e recentemente adotamos um cachorro de rua, o Bobby que está nesse momento deitado no sofá, assistindo ao lado do pai dele, meu marido. Animais de estimação são as melhores coisinhas que poderíamos ter adquiridos para viver conosco. São histórias e risadas sem fim.

Descobri que o youtube não é tão ruim assim como eu pensava, afinal, através das aulas em vídeo e muita paciência, finalmente aprendi a fazer sushi, comida essa que tenho verdadeira paixão. Com vinho então, nem se fala. Também nesses quatro anos, eu resolvi criar esse blog que até então seria mais para receitas e experimentos culinários, mas eu acabo desabafando e escrevendo tudo o que me vem a mente, o que não deixa de ser uma terapia. Escrever, mesmo que com muitos erros e algumas frases sem noção, me deixam mais motivada e menos estressada. Me faz muito bem, e é isso que importa.

Eu que fiz!
E foram muitas idéias mirabolantes colocadas em prática. Levantar de madrugada e correr para o ponto mais alto da cidade só para ver nevar, talvez porque foi a primeira vez que nevou na nossa cidade. E tirar fotos incríveis. Levantar novamente de madrugada para ver a chuva de meteoros acontecer, acampar com amigos por um final de semana inteiro e  fazer churrasco na Sexta Feira Santa,  participar de uma, aliás, duas degustações de vinho e beber até não poder mais, fazer os passaportes e os vistos e passar pela entrevista na imigração sem gaguejar, para finalmente poder se atirar pelo mundo. Fazer tantas invenções culinárias até quase colocar fogo na casa, mas aprendemos a fazer muitas coisas gostosas.

Banhos de chuva, carro velho vazando gás, roda de violão com os amigos, construções, passeio de Maria Fumaça, injustiças, esperas intermináveis em aeroportos, sobrinhos, novos amigos e os antigos também, milhões de filmes e episódios de seriados, algumas taças de vinho brindando a vida, shows de rock, jantares com amigos e risadas até a barriga doer, paintball e fotos espalhadas pela casa, onde provam que esses quatro anos valeram a pena. E que venham os próximos anos...



Bom final de semana a todos!
















sábado, 10 de agosto de 2013

As Pessoas Precisam Falar!

Dia desses, eu estava pensando sobre como eu seria se eu tivesse estudado psicologia. A psicologia sempre foi algo que me atraiu, mas acredito que para ficar fechada em uma sala, ouvindo as pessoas falando todos os seus problemas, certamente eu não seria uma pessoa feliz. Na profissão que eu escolhi, acredito que somos também além de enfermeiros, um pouco de psicólogos. Ouvimos reclamações dia e noite, as pessoas nos procuram geralmente quando precisam de algum tipo de ajuda, e em muitos casos, apenas uma conversa, um pouco de atenção, um bom ouvido para a pessoa desabafar já resolve o problema. Acho que todos somos um pouco psicólogo, independente da profissão que escolhemos.

As pessoas precisam falar, precisam contar, desabafar aquilo que as incomoda. Ouço todos os dias, os mais variados tipos de problemas, desde a descoberta de uma nova doença, até aquela pessoa que chega ao posto de saúde, com a pressão altíssima porque discutiu com alguém. Nesses casos uma boa conversa, pode ajudar e muito a pessoa se acalmar e consequentemente a pressão estabilizar. Mas eu percebo no dia a dia um tipo de carência geral dos pacientes que nos procuram, a maioria gostaria de sentar e contar alguma coisa da sua vida. Quando eu posso e o meu tempo permite, eu gosto de escutar o que incomoda as pessoas, os seus tipos de problemas, porque sempre aprendemos alguma coisa  com aquilo.

Percebo então, que na verdade aquilo que eu acho que é um problema em minha vida, não se compara ao problema daquele paciente que após algumas lágrimas e um pouco de vergonha, revela algo realmente problemático. É nessas horas que eu vejo o quanto Deus foi generoso comigo. Essa necessidade que eu vejo na minha profissão das pessoas precisarem se expressar de alguma forma, de precisarem alguém que as ouça e as aconselhe, fez com que eu treinasse um pouquinho todos os dias, o meu lado ouvidor e aconselhador com meus pacientes.

Acredite, eu não dou conselhos que mudarão a vida das pessoas, mesmo porque eu também as vezes preciso deles, mas acredito que algum tipo de motivação, algumas palavras boas podem ajudar a clarear um pouco as coisas, ajudar de alguma forma. Você não precisa ser um psicólogo para conversar com alguém, ouvir um pouco e dar a sua sincera opinião. Sim, as minhas opiniões são sinceras, mesmo que as vezes um pouco fora daquilo que a pessoa gostaria de ouvir, mas eu tento fazer com que as pessoas que pedem a minha opinião, vejam os dois lados da moeda. Funciona com alguns pacientes que me fazem perguntas no posto.


Os psicólogos tem suas técnicas, seu modo de conversar, ouvir e decifrar as pessoas baseadas nos seus estudos científicos e acredito que seu trabalho ajude muito as pessoas que os procuram. Onde eu trabalho, também temos uma psicóloga que nos ajuda a resolver os problemas mais cabeludos, aqueles que uma simples opinião ou palavras bonitas não resolvem. Quando nos deparamos com um grande problema no meu local de trabalho, fico imaginando como seria se eu fosse a psicóloga, como eu resolveria a situação, enfim, como eu Flávia seria trabalhando como uma psicóloga.

Penso que com a tecnologia sempre inovando, a internet nos deixou um pouco mais solitários em relação a aproximação com as pessoas. A maioria prefere ficar em casa, atrás de um computador conversando com um amigo, do que ir pessoalmente na casa da pessoa, tomar um café enquanto conversa. Falta mesmo é o toque, o olhar, pegar na mão. Talvez por isso essa carência que mencionei acima, faça com que as pessoas precisem cada dia mais de pessoas que as ouçam, que lhes dê atenção, afinal, os tempos estão mudando e as pessoas perderam aqueles velhos costumes de visitar, de escrever cartas, de ter um contato cara a cara.


O mundo está ficando cada dia mais carente de gentilezas, de companhia, de atenção, de contato entre as pessoas.


Bom final de semana!