sábado, 28 de janeiro de 2012

Jovens...envelheçam!

Recebi essa semana, um pedido de abertura de processo para um rapaz extremamente novo, de uma medicação para esquizofrenia. O rapaz não tinha mais que vinte anos. Ele sentou-se do lado da mãe e todas as perguntas que eu fazia para ele, a mãe respondia rapidamente antes do garoto, não deixando-o nem sequer dizer como se escrevia seu nome. Qualquer pessoa poderia ver a super proteção da mãe, olhando-o com o rabo do olho e não o deixando falar absolutamente nada, como se ele fosse um inimigo. Ele tentou mencionar alguma coisa, quando foi abruptamente cortado com um toque no braço e o pedido da mãe para ficar quieto. Aquilo me revoltou tanto, que na mesma hora pedi para a mãe que deixasse o rapaz falar. Ela não gostou nem um pouquinho do que falei, e ele, diante de tanta recriminação, calou-se até o final do processo. Ele olhava fixamente para o chão, aquele olhar perdido, sem esperanças, apenas de medo, e toda vez que eu perguntava alguma coisa, ele olhava rapidamente para a mãe e esperava ela responder. Quando li a carta que o médico anexou no processo, o garoto não poderia se portar de outra maneira, senão exatamente como um paciente esquizofrênico, devido ao modo como a mãe o trata. Abaixo está a carta que está anexada no processo, para vocês terem uma idéia do caso.

"Fulano de Tal iniciou com sintomas psicóticos aos 17 anos, com idéias delirantes, auto-referência, alteração da sensopercepção, com retraimento social e sintomas negativos. Deixou a faculdade e atividades sociais. Foram tentados esquemas com haloperidol, tiondazina, clorpromazina e risperidona por tempo e doses adequados sem resposta ou efeito. Efeitos colaterais insuportáveis. Necessita fazer o uso de olanzapina que tolera bem e controla seus impulsos e sintomas."

Quando li esta carta e olhei para o rapaz, vi um espírito bom, preso numa mente doentia. Mas a mente dele não ficou assim por nada. Tenho certeza que grande parte da culpa, se dá a mãe que o super protegeu e continua fazendo isso, não deixando nem o pobre garoto dizer o seu nome. Como ele não teria retraimento social e sintomas negativos? Ele é proibido de falar, de se expressar porque a mãe não o deixa fazer. Eu culpo sem sombra de dúvidas, os pais, pois esse garoto e todos os que tomam essa medicação quando vem retirá-la comigo, são super protegidos, apresentam retraimento social total, tanto que lhes custa até falar. É tão triste ver crianças com essa idade, dopados de medicação e vivendo em um mundo que não existe. Alguns já passam dos trinta anos e vem acompanhados da mãe, e quando eu lhes digo bom dia, eles se escondem atrás da mãe e não respondem, envergonhados como se eu fosse um ser de outro planeta.


Por que não existiam esses problemas até a alguns anos atrás? Hoje em dia não pode brigar, não pode bater, não pode fazer nada e assim eles se tornam crianças e adolescentes problemáticos porque não conseguem sequer resolver seus problemas sozinhos e precisam dos pais para tudo. Eles se escondem do mundo atrás da medicação e estão perdendo sua vida, sem lutar, sem aprender, sem sofrer. Eles não sabem o que é sofrer pois vivem a base de remédios dia e noite, fora da realidade, super protegidos num mundinho seguro que só existe para eles. As pessoas normais tem que apender a passar por dificuldades para poder crescer, se defender e viver a vida independente da ajuda dos outros, e não dopadas com medo do mundo real.

Eu só sinto muito por isso que vejo quase todos os dias e que está aumentando absurdamente. Pais querendo se livrar dos problemas dos filhos sem conversar e os entupindo de medicação para mantê-los "calmos" dentro de uma realidade inexistente. Nessas horas, agradeço a Deus por todo sofrimento que passei, pois me tornei autora da minha própria história, sem remédios, sem super proteção,  resolvendo sozinha os problemas que vinham pela frente.


E mais uma vez eu penso na responsabilidade de ter um filho, em um mundo tão louco como o nosso está se tornando. E se o seu filho crescesse cheio de problemas como o garoto mencionado acima?


Bom sábado!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E a vida segue!

Ontem eu liguei para minha mãe, porque queria lhe dar boas notícias. Minha cunhada atendeu e passou para ela. Quando ela disse alô, percebi que estava chorando. Começei a ficar gelada achando que alguma coisa terrível teria acontecido, pois dificilmente vi minha mãe chorar. Logo penso na minha Vó (mãe dela), que tem 94 anos e todos temos pânico só em pensar em perdê-la. Perguntei o que havia acontecido e ela começou a me contar entre soluços, que meu irmão estava indo morar com meu pai, aqui em Timbó. No começo achei engraçado porque ela e meu irmão nunca foram os melhores amigos, mas com o tempo e o desabafo dela, entendi o motivo da sua choradeira. Ela acha que meu irmão é um ingrato de abandoná-la e ir morar com o pai, pois foi ele (meu pai) que nos abandonou quando crianças, e ela acha isso injusto. Disse também com muita mágoa que ele não podia fazer isso com ela, que ela entendia isso como uma traição. Tentei acalmá-la, lembrando-a que também saí de casa bem cedo e que nem por isso ela fez esse drama todo. Que os pais criam os filhos para o mundo, enfim, essas frases feitas e que,  particularmente para mim não tem muito significado, afinal não tenho filhos. Mas entendo a preocupação dela de ficar sozinha, o medo de envelhecer e ser abandonada. Claro que isso não vai acontecer.


Mas toda essa situação me fez pensar no quanto os filhos podem nos fazer sofrer de alguma forma, afinal de contas, nem sempre vamos tomar atitudes que agradarão nossos pais. Não penso em ter filhos, mas vejo pelos meus sobrinhos e sobrinhas o quanto é trabalhoso e o quão podem se tornam injustos quando adultos (tenho exemplos bem próximos de pessoas ingratas). Tem uma frase que diz: Filhos pequenos, problemas pequenos, filhos grandes, problemas grandes...é mais ou menos por aí. Sei que não sou nenhum exemplo a ser seguido, e que as pessoa poderão me dizer, quem sou eu para falar de filhos se nem tenho essa experiência. Bem, cuidei de muitas crianças, acompanhei-as durante o seu crescimento e consigo identificar cada fase que elas passam ou passaram, afinal, eu também sou filha e passei por todas essas fases também.


Então vamos falar das fases que todos passamos durante nossa criação. A fase de ver nossos pais como heróis, de ter raiva deles por não nos deixarem dormir na casa de nossas coleguinhas, de mais ódio ainda quando eles te recriminam por você estar fazendo tudo errado e você achando que está na razão. Aí você sai de casa, contra a vontade deles, vai viver sua vida. Alguns tem sorte e dá tudo certo. Outros se batem pelo mundo afora e aprendem na marra aquilo que os pais queriam nos ensinar com toda a paciencia, apenas conversando...mas você não quis ouvir. Alguns voltam para a barra da saia da mãe (geralmente voltam), porque ali é um lugar seguro e nenhum mal o alcançará. Quando adultos, reconhecemos o quanto fomos idiotas e injustos, nos arrependemos várias vezes de como os tratamos, e então, queremos fazer o melhor para compensar nossa ingratidão. E então eles ficam velhinhos,  você vai visitá-los sempre que pode, afinal, você tem sua família agora. E um belo dia...eles simplesmente se vão...e fica um vazio. E aí você vai lembrar e chorar por todas as vezes que você desobedeceu, contrariou ou respondeu para eles.


E o ciclo vai se repetindo sempre, de geração em geração e sempre será igual. Sempre terá o filho "ovelha negra", aquele que "quase não incomodou", aquele que tomou o rumo cedo na vida e se virou com tudo, porém aprendendo tudo da pior maneira possível (essa fui eu...hehehe), e aquele que nasceu, viveu e vai morrer na casa da mãe, sem se casar, sem construir uma família. A escolha é de cada um. Você vai escolher como será sua vida e se teus pais terão orgulho de você ou apenas decepções. Mas não esqueça deles, nunca, pois eles sempre estarão lá quando você prescisar, enquanto vivos. Depois...depois a vida tem que continuar sem eles, e aí você fará o papel deles e seus filhos farão o seu. E a vida seguirá fazendo um "looping" contínuo.

Bom iníco de final de semana!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Velharia que eu adoro!!!

Acho que já comentei em outro post sobre o meu gosto por músicas antigas. Essa semana me empolguei, e  baixei uma lista de músicas velhinhas que eu ainda não tinha. Procurei por músicas antigas na internet, pois tem algumas que mesmo gostando, eu não sabia o nome, e encontrei um site onde falava sobre as 100 músicas mais tocadas desde 1970, nomes, bandas e datas. Quase tive um ataque, quando dentre os nomes desconhecido reconheci algumas das minhas preferidas que casualmente ouvia na Antena 1, tempos atrás. E lá fui eu procurar as músicas no youtube, para ver se eu gostava ou lembrava, e logo depois baixava. Minha listinha está crescendo cada dia mais, incluindo trilhas sonoras de filmes, novelas antigas, grandes sucessos e algumas que mesmo não fazendo sucesso em alguma época, eu gostava de ouvir. Vou listar aqui algumas músicas que lembram épocas, deixaram saudades e que continuam fazendo sucesso ainda hoje. Essas são (algumas) das minhas músicas velhas preferidas:

- Louie Armstrong - What a Wonderful World
- Toto - Africa
- Elvis Presley - A Little Less Conversation
- Mr. Mister - Broken Wings
- A-HA - Touchy
- Ben E. King - Stand by Me
- Culture Club - Karma Chameleon
- Righteous Brothers - Unchained Melody
- Simple Minds - Alive and Kicking
- Blind melon - No Rain
- Berlin - Take My Breath Away
- Frank Sinatra - New York New York
- Tina Turner - We Don't Need Another Hero
- Eric Clapton - The Pretending
- Bryan Ferry & Roxy Music - Slave to love
- Seal - Crazy
- Savage Garden - To The Moon and Back
- Beach Boys - The Lion Sleeps Tonight


Bom, já deu para ter uma idéia do tipo de música que toca aqui em casa, quando eu estou como DJ...hehehe! Tenho bem mais de 100 músicas antigas baixadas, e algumas das minha preferidas não coloquei na lista para não deixa-la muito grande. Sempre que venho jogar, escrever, ler as notícias do dia ou bisbilhotar o facebook, coloco meu playlist para tocar, isso quando meu marido não coloca Red Hot Chilli Pepers primeiro. Achei que ele não gostava dessas velharias, mas no fundo ele curte também...na verdade ele se acostumou de tanto ouvir...hehehe!

Boa quinta!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Calendários

Muito bem. Depois do dia estressante de ontem, e depois de tomar medidas drásticas para melhores condições de trabalho (menos, né?), sinto-me aliviada e posso respirar novamente. Ontem foi o que eu posso chamar de um dia difícil. Esse ano acho que entrei com o pé esquerdo e nem percebi...hehehe! Mas já passou, e agora vamos mudar de assunto e falar de coisas boas. O problema é que tenho mil e quinhentos pensamentos na cabeça, mas hoje me falta inspiração. Provavelmente ela fugiu novamente ou continua dormindo. Geralmente quando não tenho inspiração para escrever, coloco uma receitinha, mas hoje nem receita para postar tenho em mente.

Ok. Estou aqui sentada na mesa do meu trabalho, esperando o primeiro paciente do dia vir buscar sua medicação caríssima, ouvir suas reclamações, sorrir e continuar trabalhando. Do lado da minha mesa, tem um calendário que ganhamos final de ano junto com o "peru" de Natal e chocolates. Nesse calendário tenho anotado várias coisas. Deixa eu dizer que tenho uma certa obssessão por calendários. Arrumo um para cada coisa que preciso fazer, pois apesar de ter agenda, dificilmente consigo abri-la de manhã, então marco tudo em calendários e deixo perto dos meus olhos. 

Tenho um calendário em casa que marco os dias que tenho que dar o anticoncepcional para minha gata. Sim, a cada quinze dias tenho essa árdua tarefa e tá lá marcado no calendário o próximo dia. No mesmo calendário, tenho anotado os dias de tratamento com colírio e medicação que tivemos que fazer na Cuddy, pois ela tem uma úlcera de córnea (uma mancha achatada e fosca bem no meio da córnea). Esse calendário que fica em cima do microondas do lado da mesa, é só dela, onde anoto tudo relacionado a pequena "Mima" (apelido carinhoso, pois nunca chamo meus gatos pelo nome e sim por apelidos). Na minha sala de trabalho, tenho um caléndário onde marco com caneta marca texto extremamente berrante, os dias que vou para a academia, para ter certeza que estou aproveitando bem o dinheiro investido em "vida saudável". Nesse mesmo calendário marco os aniversários do mês, vou riscando os dias que vão passando (para saber quantos dias faltam para o próximo pagamento...hehehe), e marco também os feriados, quando tem. Cada marcação com uma cor de caneta diferente ou um símbolo diferente, assim não me perco tão fácil.


Vamos anotar tudo!

Tenho outro calendário na mesa do meu computador que marco os dias...bem, são coisas de mulher e não preciso escrever aqui, mas marco isso também para ter certeza que não virá nenhum neném. Anoto nesse mesmo calendário, novamente os aniversariantes do mês para não ser injusta com nenhum amigo ou parente.
Como vocês podem ver, minha vida é cercado de calendários por todos os lados, pois prefiro ser meio obssessiva em relação a anotar as coisas, do que esquecer meus compromissos e datas importantes.

Como a inspiração ainda não apareceu, vou procurar alguma coisa para fazer por aqui e amanhã tento escrever alguma coisa mais útil.

Até mais!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Eu quero mudar...

Hoje eu estava bisbilhotando o facebook, e um colega de trabalho escreveu uma frase no seu perfil que me fez repensar algumas coisas. A frase dizia o seguinte: "Não é desistir...é recomeçar!". Parece que hoje, incrivelmente hoje, ele escreveu sem saber essa frase para mim. De uns tempos para cá, as coisas aqui no trabalho não estão mais "tão legais" como eram. Depois de várias mudanças por causa de uma perda (nosso chefe), devo admitir que as coisas nunca mais entraram nos eixos. E estou pensando seriamente em abandonar as velhas roupas e tentar novos desafios. Além de não ser mais um bom lugar para trabalhar, existem pessoas injustas que convivem conosco e que nos desmotivam cada vez mais.

Pensando em tudo o que estou passando aqui, e lendo essa frase, entendi como se fosse um sinal, que eu  tenho que mudar agora. Ter novos ares, novas idéias, novas oportunidades. Aqui, tenho o comodismo que um funcionário público qualquer tem, estabilidade, salário pago certinho no fim do mês, vale alimentação, sala com ar-condicionado, computador com internet com acesso liberado...o que mais eu poderia querer?

Eu quero ter paz, quero ter longe de mim pessoas que me puxam para baixo e me criticam por saberem que não tem a mesma capacidade que eu, que inventam coisas a meu respeito para me ver sofrer e se sentirem um pouco melhores, que mesmo sabendo que tem uma faculdade, deixam a desejar em relação a tudo. Resumindo: que estão aqui porque foram indicados por alguém, e não por mérito próprio.

Eu quero estar rodeada de pessoas alegres, sinceras e de bem com a vida, que não sentem inveja ou tentam prejudicar os outros para subirem ou ser alguém na vida, quero sorrisos, motivações e desafios. Eu só não quero me arrepender de ter esperado tanto tempo para tomar uma decisão que mudará minha vida para melhor. Ás vezes demoramos para enxergar como algumas coisas estão nos fazendo mal, e quando percemos pode ser tarde demais.

Eu explicarei melhor daqui uns tempos, mas agora eu quero ficar quietinha aqui no meu cantinho, esperando a avalanche passar. Logo contarei novidades, pois é tempo de viver coisas novas...

Beijos!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pense Nisso!

Quando alguma coisa, por menor que seja, ameça nossa preciosa vida, nós automaticamente mudamos os nossos pensamentos, mudamos nossos velhos conceitos, e devagarinho vamos nos acostumando a nova condição e esqueçemos de cumprir aquilo que prometemos quando estávamos desesperados. Quando você se acostuma a sua nova condição, você começa a não ver mais graça naquilo que antes fazia tanta diferença em sua vida e torna-se novamente como era antes. Não deveríamos nos acostumar com as coisas tão facilmente, pois com o tempo tendemos a dar menos valor do que elas realmente merecem.


Vejo pessoas todos os dias que teriam muitos motivos para reclamar da vida, pois sofrem tanto, que chega a ser desumano. Mas elas acabam se conformando com a situação, e cada vez que piorar, elas vão se acostumando a suportar mais dor, mais sofrimento, até que um dia desistem de lutar. E então morrem, talvez por não aguentar mais a própria dor, pela desmotivação de lutar por uma coisa que não tem solução, ou simplesmente porque cansaram de tudo. Sempre quando o desânimo resolve bater na minha porta, tento lembrar das pessoas que cuidei durante a minha vida, do sofrimento que algumas delas passaram, que sinceramente, não sei se eu aguentaria tanto. Tento ver o quanto a nossa vida é fácil e simples, que temos tudo e mesmo assim, as vezes, ousamos reclamar.

Quanto pedidos meus pacientes me fizeram no leito de morte, quando a danada da morte estava alí, em pé, do meu lado, esperando o paciente dar o último suspiro para então levá-lo. Quer saber o que eles me pediam? O que eles desejavam antes de morrer? Eles queriam vida, ter a chance de poder viver um pouquinho mais para aproveitar a família e os amigos. Alguns tiveram uma morte horrível, e ninguém reclamou de nada, apenas queriam um pouquinho mais de vida.

Todos nós somos injustos em algumas situações que passamos em nossas vidas. Estamos reclamando a todo minuto de tudo e de todos e algumas vezes nossas reclamações tornam-se mais do que injustas. Se nós fôssemos parar para pensar um minuto naquela pergunta que diz: "Se você soubesse que iria morrer amanhã, o que faria hoje?", talvez mudaríamos nossos conceitos sobre a vida. Pense por um minuto nessa pergunta...


Quando as pessoas estão doentes e sabem que logo partirão, tornam-se serenas, conformadas e não reclamam de nada. Uma paciente com câncer terminal que eu cuidei no hospital onde trabalhei, não podia caminhar e seu último desejo para mim revelado foi que queria tomar o último banho no chuveiro e sentir a água cair sobre o seu corpo, já que por muito tempo só tomava banho no leito. Você sabe como é tomar banho de leito? Posso garantir que não é um dos melhores prazeres da vida. E a resposta foi sim. Eu carreguei ela até o chuveiro e lhe dei seu último banho. Último porque ela faleceu as 46 anos na tarde do dia seguinte.

Quando eu fiquei doente em 2009, meu diagnóstico foi muito pior do que eu imagina. E piorou ainda mais em 2010 onde acabei fazendo uma cirurgia. Sabem qual foi meu primeiro pensamento quando veio o resultado da piora da doença? Eu não quero morrer! Eu não quero fazer quimioterapia e ficar careca. E então minha cabeça começou a dar mil voltas e eu comecei a repensar tudo. Sério, é uma sensação de perda total de controle, de não ter mais nada, de querer voltar atrás e fazer tudo diferente. O tratamento ainda continua, e cada vez que eu coloco meus pés naquele consultório médico, tenho calafrios, mesmo sabendo que está tudo sob controle. Mas eu sempre tive apoio, do meu marido em especial que nunca me deixou desistir, dos meus amigos que torceram por mim, e da minha família que esteve a disposição sempre que precisei. Só tenho que agradecer a todos e dizer que minha vida é melhor hoje, porque vocês fazem parte dela.
 
"Aposto que ela vive mais feliz que você."
 
O que eu quero dizer com tudo isso? Que a vida é uma só e que deve ser aproveitada ao máximo perto das pessoas que nós amamos, que não devemos perder nosso tempo reclamando tanto e sim, agradecendo mais por ter sáude, por ter uma vida. Que algumas coisas nós podemos mudar e que outras nós temos que nos conformar e apenas aceitar. O que eu quero dizer é que a vida é o maior bem que temos e que deve ser cuidada com todo amor, com toda atenção incondicionalmente.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Comecei bem!

Primeira semana de trabalho do ano. Posso dizer que foi bem diferente do que eu esperava. Do momento em que coloquei meus pés no prédio onde trabalho, das 8 da manhã de segunda, até as 17 horas de sexta feira, eu não parei. Quando digo que não parei, é isso mesmo que você entendeu, correndo como louca para colocar as coisas em ordem, pedir medicação, ajudar a outra colega na farmácia básica que bombou o tempo todo, enviar notas para seus respectivos destinos, dar entrada nos processos judiciais parados desde dezembro e mais uma série de coisas que não preciso e nem quero mais comentar aqui. E eu pensando que seria uma semana de fofocas, todos contando como foram as festas, as férias, que teríamos um tempinho para ir nos setores para nos abraçar e nos desejar um bom ano. Que nada! Só consegui abraçar os que eu encontrava no caminho quando estava indo fazer alguma coisa, e outros poucos que vieram até a minha sala me visitar. Quem sabe até os outros setores conseguiram passear nas outras salas, mas eu, não. Realmente não era isso que eu planejava para a primeira semana do ano.

Mas já que começou bombando, tive que entrar no ritmo rapidinho,  e tudo o que você faz rápido e sob pressão, gera stress. Saúde pública é assim mesmo. Ninguém quer saber se você voltou de férias ou não, o paciente quer o seu remédio na hora, não importa que explicação você tenha para dar. Nem adianta dizer que o local de onde vem a medicação ainda está fechado e que, claro, não mandaram a medicação. A culpa é tua porque a medicação não chegou...e é briga na certa! Muita calma nessa hora.

Haja paciência!

Já na minha chegada ao trabalho, ao verificar os e-mails da farmácia, havia um comunicado do meu "chefe" dizendo que eu e a farmacêutica que trabalha comigo, estamos sendo convocadas para um curso de dois dias,  em Florianópolis, dia 19 e 20 desse mês. Detalhe: aniversário do meu pai (19) e do meu sogro (20). De cara, perdi duas festinhas.Outro detalhe: odeio dormir fora de casa. Melhor não pensar nisso agora!


Para complicar ainda mais a situação, não consegui dormir direito nos primeiros três dias de trabalho,  talvez pela depressão de voltar ao trampo, ansiedade ou sei lá porque, mas essa falta de descanso, me gerou bastante stress e incomodações. Se você não dorme direito, todo o resto paga! Isso que eu prometi  na minha listinha de ano novo, não me estressar mais com problemas de trabalho. Não vou comentar sobre minha constante dor nas costas. Melhor não lembrar! Na academia eu parecia um zumbi, sem muita motivação para fazer os exercícios, conseguindo novamente burlar minha listinha, fugindo da academia quinta e sexta. Acontece, né?


E aconteceram tantas outras coisas que prefiro não mencionar, mas que me fizeram pensar em como não conseguimos fazer as coisas que queremos, conforme nossas listas de começo de ano. Meu ano começou pesado e corrido, todo errado, completamente diferente da minha lista que dizia: trabalhar menos, ser mais tolerante, mais zen, e mais um monte de coisas que já foram por água abaixo. Bom, hoje é sexta, e segunda volta a outra funcionária que está de férias e quem sabe as coisas melhoram, ou não. Daqui por diante, vou deixar acontecer, sem listas, sem planos, sem nada para me pressionar a ser melhor. Uma hora as coisas voltam para o lugar. Como diziam no filme " O Corvo" - Não pode chover o tempo todo!


Boa sexta feira 13 a todos!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Reflexão

É engraçado como as pessoa precisam mostrar o tempo todo que são felizes e que nada as atinge. Você consegue identificar o quanto as pessoas são infelizes de longe, e o melhor lugar para descobrir isso é lendo as mensagens nos facebooks e orkuts da vida. Esses tempo atrás, vi a foto de uma pessoa conhecida, no facebook, que ás vezes vem e conta as coisas para mim, sem eu pedir. E na foto, (ela e o marido), havia uma mensagem dizendo o quanto o amor dos dois pombinhos é indestrutível. Bem, fiquei lembrando de todas as confidências que ela me  faz, das grosserias que ela fala para ele e depois se arrepende, das vontades que ela tem e ele não aceita. Na real, pelas reclamações dela, imagino que devem viver como cão e gato. Então fico imaginando o quanto é importante para essa pessoa mostrar para os amigos e parentes o quanto ela "é" feliz, mesmo não sendo. Como dizem por aí...a vida dela é uma estátua de bronze com pés de barro. Uma hora desmorona!

Mas juro, eu não entendo a necessidade de mostrar para os outros que você é feliz, que você tirou a sorte grande porque casou com ele, porque você quer mostrar para os outros que sua vida é perfeita. Longe de mim ter uma vida perfeita, seria artificial demais. Coisas erradas, tristezas, dias ruins, discussões acontecem a todo momento e tem que acontecer para você saber superar as coisas e aprender a pensar melhor. Não é sempre mil maravilhas como querem mostram no face ou orkut. Será que alguém acredita nisso?

Quando vejo esse tipo de manifestação, essas frases no face, começo rir sozinha, principalmente de pessoas como essa, que mencionei acima. É infeliz e precisa mostrar para os outros, o contrário. Esse tipo de atitude deve gerar bastante estresse, ser ou ter aquilo que você não é, e não pode ter.

Eu me sinto feliz, tem dias que mais, tem dias que menos, tenho meus dias ruins, os bons também, mas não preciso escrever no facebook que estou deprimida, que sou melhor do que os outros. Com certeza, pessoas cultas sabem diferenciar quando alguém escreve que está feliz, mas porque aconteceu alguma coisa boa, e quando acontecem coisas boas, queremos sair gritando para os quatro ventos. Escrever que está feliz porque teus amigos vão ficar felizes por você, e não para provar para os outros alguma coisa, entendeu? É disso que eu falo. Não acho errado expor sentimentos, mas para o bom entender, meia palavra basta. Você consegue diferenciar o que é proposital, do que é expontâneo, o que é para chamar a atenção e o que é sincero.

Mas... o ser humano sempre tentando provar alguma coisa, não é?

sábado, 7 de janeiro de 2012

E as férias terminaram...

Assim como tudo tem um começo, meio e fim, minhas férias estão terminando. Que pena! Esse ano apesar de não termos programado nada a respeito de passeios e férias, até que elas foram bem aproveitadas. Na verdade quando estamos em boa companhia  não importa o lugar da festa, não é mesmo? Só tenho a dizer que foram 15 dias de descanso, tempo suficiente para recarregar as baterias, colocar as coisas em ordem para começar mais um ano. Segunda feira começa o trabalho, a academia, a rotina diária que querendo ou não temos de fazer, afinal de contas, não podemos ficar de férias e festando a vida toda.


Nessas férias, fizemos uma rota gastronômica, onde o resultado foi mais ou menos 5 kg a mais de peso (tanto eu quanto o meu marido). Por isso a importancia da academia na segunda feira, hehehe! Conhecemos lugares novos, provamos comidas deliciosas, voltamos a lugares que vale a pena retornar, e fizemos isso sempre que podemos, e o mais importante, reencontramos nossos amigos e juntos conseguimos aproveitar nossas férias ao máximo.

Agora o jeito é trabalhar, manter a cabeça ocupada, cuidar do corpo e, dessa vez, se organizar para as férias de julho, que um dia chegarão. Desejo a todos um ano maravilhoso, produtivo e não esqueçam que para o ano ser diferente só depende de nós mesmos!


Boa semana a todos!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo...

Primeiro post de 2012. Do que mais eu poderia falar? Mas hoje, primeiro dia do ano, não vou ficar aqui escrevendo como foram as festas de final de ano, sobre os acontecimentos do Natal e da virada de ano. Claro que foram festas maravilhosas, ao lado da família e amigos, o que mais eu poderia querer? Vou falar das perspectivas desse ano, dos meus planos, e claro, da minha enorme lista de ano novo. Não fez a sua ainda? A minha já está sendo escrita a um bom tempo. Sempre falo que não vamos conseguir realizar tudo o que colocarmos nas nossas listas, mas se conseguirmos riscar alguns itens, já estamos no lucro.

A minha listinha inclue várias coisas que todo os anos coloco para me motivar a manter as coisas no lugar, como por exemplo, continuar frequentando a academia (dia nove estarei lá, pois o estrago de final de ano foi grande), tentar manter a alimentação o mais saudável possível, conhecer lugares novos, experimentar comidas diferentes, ler muito, enfim, coisas que parecem insignificantes, mas que fazem toda a diferença na nossa vida. Para mim faz!
Sempre que troca o ano, nós estamos cheios de expectativas, de que as coisas vão entrar nos eixos e que vamos mudar para melhor. Claro que podemos mudar para melhor, é só começar a mudança por nós mesmos.

Ano novo, novas expectativas...

Esse novo ano quero trabalhar menos, cuidar mais da minha saúde, da minha alimentação, do meu marido, da minha casa, dos meus animais de estimação. Quero ter mais tempo livre para fazer as coisas que me dão prazer, pois por muito anos a única coisa que fiz foi trabalhar. Trabalhei tanto que fiquei doente por não ter tempo para mim, para me cuidar, e isso eu não vou mais deixar acontecer. Quero ser uma pessoa mais tolerante, mais sorridente, mais zen em relação a tudo. Não quero mais levar tudo a ferro e fogo como sempre fiz. O custo é alto demais.

Na minha listinha de ano novo, quero fazer cursos, quero estudar mais, ler mais, aprender mais. Quero chegar no final de 2012 e ver que realmente valeu a pena, que eu fiz pelo menos metade do que eu esperava. Assim eu espero!

E que venha 2012!